terça-feira, 26 de outubro de 2010

Nham.

Um dos maiores prazeres da vida é comer. Utilizar o paladar e degustar diferentes alimentos é algo que todo ser humano curte e sabe fazer naturalmente. Afinal, temos até divisões na nossa língua pra distinguir sabores. Mas, então, por que nós insistimos em nos sentir culpadas por comer aquele bolo de chocolate ou aquela lasanha bolonhesa? Mulheres, né.

De verdade, eu não conheço NENHUMA mina que não se sinta mal e automaticamente mais gorda por comer "o que não devia". Essa coisa de ficar o tempo todo controlando o peso, evitando gordura, sofrendo por ter celulite, chorando porque engordou 100g... Isso é um absurdo!

Claro, não estou dizendo que é certo comer tudo o que vê pela frente, mas se dar pequenos e deliciosos mimos alimentícios é essencial pro bem-estar de qualquer pessoa. É como dizem as avós: basta comer com modos.

Ao invés de comer uma barra inteira de chocolate, coma só uma fileirinha. Deu, matou a vontade do doce. Quando bater aquela vontade de comer uma pizza, opte por uma de mussarela. Se tiver afim de um sanduíche, faz um daqueles sandubas naturais (pão integral, peito de peru, mussarela, salada, etc). Pra qualquer tipo de fome e gula dá-se um jeito.

Outro ponto da questão. O padrão de beleza atual é ser MAGRELA. Não digo nem magra, porque todo mundo sabe que atingir os padrões é difícil até pras que nasceram com o IMC baixo. Tudo bem, é a moda. Mas daí vamos ser sinceras: essa moda é pro gosto feminino ou masculino? Ou seja, quando tu resolve perder vários quilos pra se enquadrar naquele padrão super magro é pra agradar o sexo oposto ou impressionar as amigas? Acho que todas nós sabemos a resposta.

Todas as mulheres do mundo estão cansadas de saber que os homens gostam de CURVAS. Um peito que encha a mão, uma bunda redondinha e pernas torneadas fazem parte do menu masculino. Então me digam: PORQUE AS MULHERES QUEREM SER MANEQUINS ESTILO CABIDE? Um amigo me disse há tempos atrás: não existe avião sem pneu.

Eu sou uma que nunca estive feliz com o meu corpo. Braços gordinhos, bundão, coxão, peitinho e bochechas grandes - essa sou eu. Eis que uma amiga minha me disse um dia "Alemoa, é bonito ser fornida". Pra quem não sabe o que isso quer dizer, vou explicar.

Fornida quer dizer carnuda, robusta, NUTRIDA. Ou seja, gostosa.

Todas mulheres deveriam querer ser GOSTOSAS e não esqueléticas. Claro que existe beleza na magreza, não é isso que estou criticando. O que me incomoda é o fato de ISSO ser motivo pra muitas minas se sentirem infelizes e deixarem de comer pipoca com manteiga no cinema, por exemplo. Cinema exige pipoca (ou azedinhas, que seja).

Pessoas gostam de comer. Mulheres gostam de se sentir bonitas. Homens gostam de fornitude. Moral da história? Vamos comer moderadamente sem culpa que o resto se cria. Ninguém gosta de se sentir balofa (eu sei), mas é tudo uma questão de ponto de vista. Se você é daquelas que não consegue deixar de contar as calorias do que come, uma dica: vai caminhar e/ou correr. Além de queimar toda essa energia antes dela se transformar em gordura, o seu cérebro vai estimular hormônios, como a endorfina, que irão te deixar FELIZ.

Enfim, não acho certo deixarmos de comer aquilo que temos vontade só pelo fato de que engorda. Se for assim, até alface e pepino engordam. Tudo bem comer uma besteira aqui e ali, basta não exagerar. Abracem a fornitude. Eu abracei.

Guloseimas, curvas, beleza... Tudo junto e misturado.

domingo, 24 de outubro de 2010

Meninas dos olhos.

Há dias que eu não posto nada aqui, mas não por falta do que dizer. Nos últimos 4 dias eu estive muito ocupada com as minhas amigas. Com as boas e melhores amigas.

A maioria dos meus amigos são homens. Sempre foi assim e talvez sempre será. Mesmo assim, as amigas que eu tenho são as melhores. É aquela velha história de que quantidade não é melhor do que qualidade. Eu sei que essa história de "eu tenho as melhores amigas do mundo" é tão válida quanto a de que "eu tenho a melhor mãe mundo".

Mas a verdade é que eu tenho as melhores amigas PRA MIM, as melhores do MEU mundo.

Eu sempre tive facilidade pra fazer amizades, mas por algum motivo as minhas amizades femininas quase nunca duravam (salvas raras excessões). Não que eu brigasse com essas amigas ou coisa assim, a gente simplesmente sumia uma da vida da outra. O engraçado é que era totalmente do nada e recíproco, como se houvesse um prazo de validade que tivesse acabado.

Não sei se o problema era comigo ou com elas, mas isso começou a ser uma constante na minha vida. Uma constante que me incomodava demais. Foi aí então que eu desisti. Larguei de mão, parei de tentar ser amiga das gurias na minha volta e deixei a vida me levar.

Meus amigos me bastavam, desde sempre. Com eles eu dividia tudo sem problema algum, me divertia em todos os nossos encontros, tudo lindo. Mesmo assim, tinham certas coisas que esses amigos não entendiam. Ou melhor, entendiam mas não compreendiam. E eu ficava lá, com uma cara de tacho e com uma certa angústia dentro de mim por não ser perfeitamente compreendida. Não que a culpa fosse deles ou minha. O que nos separava era o fato de eu ser mulher e eles homens, não tinha o que fazer.

Eis que aos poucos, novas gurias foram surgindo na minha vida. Gurias com as quais o meu santo bateu logo de cara e a sintonia foi incrível. Elas, então, viraram minhas amigas. Mas dessa vez era diferente. Nenhuma delas era a minha nova MELHOR AMIGA. Todas eram as melhores de jeitos diferentes. Isso fazia com que ninguém se sufocasse ou vivesse em torno de dois umbigos só. Desde então, essas amizades só crescem e se completam. Minhas amigas ficaram também amigas. Eu começei a ser compreendida sempre e num fluxo super fácil. Começei a valorizar as mulheres da minha vida e percebi o quanto é importante tê-las do meu lado sempre. Hoje em dia não troco elas por nada. São pessoas que fazem parte da minha essência, da Letícia que eu me tornei e que continua vivendo e aprendendo.

Com elas que eu andei ocupada. Mas foram ocupações boas, necessárias. Amo minhas amigas como se fossem minha família. Dizem que os amigos são a família que a gente escolhe, né? Então com elas eu estou cheia de irmãs, filhas, mães, tias e primas. Uma família não tão grande, porém unida.

Esse post é dedicado à elas. Acordei me sentido sortuda por ter tanta gente querida na minha vida. Sou feliz por isso e sei que não estou nessa sozinha. Uma vez me disseram "existem coisas que só um grupo de minas faz por você". Não tenho como negar: essa é a mais pura verdade. Girls just wanna have fun. Quem ama, cuida. É impossível ser feliz sozinho.

Esse é pra vocês, gurias. Com muito amor. Sempre.

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Fauna.

Caminhando pelo centro hoje de tarde eu começei a observar as pessoas com seus diferentes tipos, formatos e manias. Umas muito altas, outras quase anãs. Algumas bem rechonchudas e outras que poderiam ser apelidadas de Palito. Loiras, ruivas, morenas, grisalhas, carecas, com mechas coloridas ou sem cor alguma. Com aparelho, desdentadas, sorriso branco, dente de ouro e algumas com cárie. Pele escura, morena, mulata, branquíssima, quase albina, rosada e amarela. Enfim, observei praticamente todas as pessoas que cruzaram o meu caminho.

Pessoas são engraçadas. Todos temos manias tão nossas que, lá pelas tantas, achamos elas super normais. Quando eu estava na fila de uma lotérica, por exemplo. Teve uma senhora que olhou os resultados de todas as jogatinas três vezes. Nem uma e nem duas, TRÊS vezes. Na fila, havia um cara que a cada vez que olhava pro relógio do pulso dele dava duas batidinhas nele. Ele devia achar que dando um tapinha o tempo ia passar mais rápido (ou mais devagar), vai saber.

Depois, foi no ônibus de volta pra casa que aconteceu a maior peculiaridade observada por mim hoje. Bem na minha diagonal tinha uma mulher muito bonita falando no celular. Ela tinha uma voz estranha, nem gasguita e nem grossa, nem rasgada e nem suave; eu até poderia dizer que ela tinha a voz mais comum do mundo, sem nenhuma definição exclusiva. Entretanto, como aquela mulher berrava. Pra vocês terem noção do quão alto estamos falando eu, que estava de fones de ouvido e com o volume do meu som no máximo, consegui ouvir toda a história dela. Pois bem, vou contar o que eu ouvi da história daquela bonita e gritona mulher.

Ela começou a falar sobre uma festa onde ela conheceu um cara. Disse que a festa tava muito cheia, barulhenta e chata, mas que o tal cara estava pagando várias bebidas pra ela e que por isso ela ficou até umas 4h da manhã lá. Depois, ela foi com o tal cara pra um motel. Sim, eu e o ônibus inteiro ouvindo ESSA história. Lá no motel, o cara comprou champagne, pediu filme pornô, toalhas extras e torradas. No momento em que eu ouvi FILME PORNÔ, desliguei o som e fiquei ouvindo os mais sórdidos detalhes. Eu e a galera, né. Ela começou a contar pra tal pessoa que o cara era lindo, forte, bom de papo, loiro e de olhos azuis como o céu (palavras dela). Eles começaram o RALA E ROLA (coisa dela também) e então ela levou um susto. Nesse momento, eu já estava tensa e rindo ao mesmo tempo, jurei que ela ia dizer que o pênis do cara era minúsculo ou coisa assim. Pelo contrário, ela suspirou e começou a descrever o quão gigante era o querido. "Tu não tá entendendo. Era enorme, parecia pinto de cavalo!". Vergonha alheia? CAPAZ.

Ela continuou o tal assunto, dando detalhes, contando diálogos e eu só me lembro de ouvir algo do tipo "Sério, eu disse pra ele: isso não vai entrar em mim!" antes de ficar mais vermelha do que um tomate maduro. Eis que chega a parte mais absurda de toda a conversa. Não bastasse o assunto em si, ela começa a se despedir da tal pessoa no telefone. "Então, eu vou desligar que to quase chegando em casa. Depois a gente conversa melhor. Beijão, Mãe!"

MÃE. Sim, ela estava falando com a MÃE DELA no telefone.

Tudo bem ser amiga da própria mãe. Eu sou amiga da minha também e tal. Mas acontece que tudo na vida tem um limite, inclusive os assuntos que tu conversa com a tua mãe. Entendam que o problema não é o assunto sexo, mas a forma como aquela bonita, gritona e LOUCA mulher falou sobre isso. Ela deu detalhes que eu teria vergonha de dizer até pra minha melhor amiga tarada. Todo mundo ficou pasmo no ônibus, por todos os mesmos motivos que eu. O senhor que estava do meu lado me olhou e disse "Precisa anunciar a vida dela assim? Que pouca vergonha!". Se ela não tem pudor, ok. Mas então que respeite quem tá na volta dela. Eu não me senti ofendida e sim, constrangida. Mais uma vez, eu e todo mundo que estava no ônibus.

Achei engraçado esse acontecimento. Vim pra casa com os dedos coçando, louca pra escrever aqui e contar pra vocês. Existem muitos tipos espalhados por aí, cada um com suas manias e peculiaridades. Eu disse antes que todos tínhamos manias tão nossas que as achávamos normais depois de um certo tempo. Nós não achamos, elas SÃO normais. O nosso físico é diferente, o nosso modo de pensar é diferente, o jeito de agirmos é diferente. Nossas manias também. Não é pelo grau de diferença que algumas manias são mais "normais" do que outras. Elas são características nossas, ela fazem parte do que nos define. Eu mordo o canto da boca, fico girando o meu piercing do nariz e estralo os dedos da mão e o meu pescoço o tempo todo. Isso não faz de mim uma pessoa pior. Ser estranho não é errado ou ruim, todos somos estranhos em diferentes aspectos. Fazemos parte de uma incrível fauna espalhada pelo mundo. Incrível e variada. Não dizem que ser diferente tá na moda agora? Se é assim, todos nós estamos em alta.

Ainda bem.

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Banho de lama.

Pra quem não sabe, nas horas vagas eu sou babá de cachorro. Na verdade, de um cachorro específico - o da minha irmã. Quando ela e o meu cunhado viajam, eu fico cuidando do Oxi (um lindo, querido e amarelo labrador).

Hoje fui passar a tarde com ele no parque da Redenção. O nosso relacionamento está muito bom, temos muita confiança um no outro e, por isso, começei a passear com ele solto; e qualquer semelhança com um relacionamento humano é mera coinscidência. Estávamos nós dois (loiros e grandes) curtindo o Sol, a grama, as corridas entre arbustos, as jogadas de bolinha espetaculares e os outros machos e fêmeas das nossas espécies. Eis que em um momento de descuido meu, o Oxi começa a rolar na grama. Tudo bem até aí. Mas quando eu tiro os óculos escuros e começo a ver as cores reais da cena, vejo ele MARROM. Sim, aquele lindo, querido e AMARELO labrador, agora marrom.

Fiquei atucanada, mas não parei de rir. Ver aquele cachorro incrivelmente faceiro por estar tomando um banho de lama naquele clima maravilhoso me impediu de ficar braba com ele. Eu poderia jurar que ele até sorriu pra mim. Fomos pra casa, então. Ele sujou a entrada e as escadas do prédio inteiro de lama (que eu mesma limpei com um pano e balde depois) e foi direto pro chuveiro. Demorei uma hora pra tirar toda lama dele e mais uma hora pra secar ele com o secador de cabelo da minha irmã. Confesso que nessa parte eu tava furiosa já, mas aí eu percebi algo importante: é muito fácil ser feliz com pouco, basta saber aproveitar.

Hoje não foi nenhum humano que me ensinou algo sobre a vida e sim um animal "irracional". Com muita lama o Oxi ficou incrivelmente feliz. Mesmo marrom, ele brilhava e exalava alegria. Me dei conta também que a sujeira dele contagiou todas as pessoas pelas quais passamos. Elas nos olhavam e começavam a rir, eram simpáticas, perguntavam o que tinha acontecido, etc. Existem coisas que só um labrador faz por você. No maior estilo Marley & eu.

Deixar as preocupações de lado, saber aproveitar o dia, rir até das piores situações. Coisas que a gente ouve sempre, mas nunca acaba aplicando de verdade. Hoje eu acho que a minha ficha sobre isso caiu e espero que essa história sirva para a ficha de alguns de vocês cair também. Be happy.

Fio da meada.

Cá estou eu começando um blog novo. O antigo era pessoal demais e esse não é mais o objetivo disso aqui. Resolvi agora escrever sobre diversos assuntos. Assuntos meus, de amigas minhas ou conhecidos. Histórias cabeludas, dramáticas e simples. Enfim, histórias de MINA. Pra início de conversa, vou falar um pouco sobre mim.

Tenho 22 anos, cabelos loiros, olhos verdes e 1,73 de altura. O meu peso eu juro que não sei, ando fugindo da balança que nem o diabo foge da cruz, mas posso dizer que ando na minha pior fase física (mas que melhorará em breve, eu espero). Filha de pais divorciados, sou a caçula de 3 irmãos e eles são bem mais velhos do que eu. Atualmente moro apenas com a minha mãe, dois cães e uma gata. Meus dois lados da família são cheios de tios, primos, primas e agregados. Tenho muitos amigos, poucas amigas. Faço parte de um grupo específico em que eu sou a MINA DA GURIZADA, espaço esse que conquistei com muito suor e carisma. Sempre tive facilidade pra amizades masculinas, mais do que pra femininas. Mesmo assim, as poucas amigas que tenho são sensacionais e a cada dia que passa me ensinam coisas novas a respeito do mundo feminino, mesmo sem querer. Eu estava no terceiro ano do curso de graduação em Educação Física, mas decidi largar pois percebi que não era esse o futuro que eu queria pra mim. Foi uma decisão muito difícil por diversos motivos, mas que tirou uma bigorna das minhas costas. Ando procurando um trabalho pra juntar dinheiro e ir viajar, mas tá muito difícil alguém me dar uma oportunidade. O mercado de trabalho é muito rígido pra quem está começando. Pra tudo que é emprego eles exigem experiência anterior. Essa é velha, eu sei, mas se não derem uma chance pra criatura começar, como ela vai adquirir experiência? Nunca, né. Faço terapia há algum tempo e recomendo a todos que façam. Minha melhora pessoal é evidente graças a isso. Ainda falta muito pra essa cabeça aqui funcionar direito, mas estou no caminho certo. A minha vida amorosa é uma bagunça. Nunca namorei, algumas vezes por que eu não quis e outras por que não quiseram. Sou solteira e atualmente encalhada. Não que eu aprecie muito isso, mas estou aproveitando esse momento pra me focar mais em mim e digo: tá sendo ÓTIMO.

Enfim, sou uma mulher como outra qualquer. Tenho defeitos e qualidades, altos e baixos, crises de tpm e muitos questionamentos sobre a vida. Por isso que começei esse blog. Compartilhar experiências é algo que sempre gera resultados positivos. Então, espero que esse balaio de mina esteja sempre cheio, para que qualquer um possa vir aqui revirá-lo e achar algo que lhe sirva.